Os Orixás são Princípios Divinos e não possuem números efetivamente. No que diz respeito à Ciência Espiritual, os números são signos que expressam quantificações e fazem parte da Cabala, que estuda as manifestações destes Princípios; portanto, os números quantificam os seus aspectos, desdobramentos, estados e ritmos.

Quando falamos de Cabala, falamos da Cabala Original, a que deu origem a Cabala Judaica. Entre os Judeus, ela foi trazida dos Caldeus por Daniel e por Esdras e entre os israelitas, foi trazida do Egito por Moisés. Por sua vez, tanto os Caldeus quanto os Egípcios, beberam na mesma fonte da Sabedoria, onde o Verbo conferia sonoridade ao espaço e aproximações ao infinito.

Apenas para demonstrar e reforçar o que foi escrito acima, na Cabala existem 22 letras ou signos morfológicos, isto é, que falam por si mesmas. Dessas existem três que são consideradas de construção. As três letras conjugadas formam um sinal ideográfico que representa a circunferência desdobrada em dois hemisférios com seu diâmetro e seus pontos centrais. Essas letras são a primeira, a do meio e a última do alfabeto cabalístico e tem as seguintes correspondências numéricas: 1 + 60 + 400 = 461 = 4 + 6 + 1 = 11 = 1 + 1 = 2; ou seja, a dualidade.

A concepção matemática dos Princípios da Criação sempre esteve presente em todas as Escolas de Saber do mundo antigo (Egito, Índia, Grécia, entre outras). Na Bíblia vemos a seguinte passagem: "Mas tudo dispusestes com medida, número e peso" (Sabedoria, 11, 20).

Encerremos com as palavras de Galileu Galilei em Il Saggiatore: "A filosofia encontra-se escrita neste grande livro que continuamente se abre perante nossos olhos, isto é, o universo, que não se pode compreender antes de entender a língua e conhecer os caracteres com os quais está escrito. Ele está escrito na linguagem matemática".